CENTRAIS DEFENDEM DEBATE SOBRE REVOGAÇÃO DA REFORMA TRABALHISTA

Por Cláudio Mota

Abrir o debate sobre a revogação da reforma trabalhista é o centro da nota emitida, nesta quarta (5), pelas principais centrais sindicais do país. A reforma foi aprovada em 2017 no governo de Michel Temer e aprofundada pelo governo Bolsonaro. A manifestação das entidades ocorre após e o ex-presidente Lula (PT) sinalizar apoio às discussões pela retomada dos direitos trabalhistas.

O documento é assinado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT); Força Sindical; União Geral dos Trabalhadores (UGT); Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB); Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Central Sindical dos Trabalhadores (CST). As organizações elogiam a iniciativa acordada entre governo, empresários e sindicatos de trabalhadores na Espanha para revogar a reforma realizada em 2012.

“As mudanças que estão acontecendo na Espanha nos dão a esperança de que por aqui também possamos rever pontos de uma reforma que foi imposta sem um debate social e com um deliberado viés pró capital e antissindical”, diz a nota, divulgada pela Folha de S. Paulo.

As centrais afirmam que, desde a mudança na legislação, o desemprego aumentou, assim como a precarização das relações de trabalho. “Esse já era o quadro antes da pandemia de março de 2020. Após a adoção das medidas necessárias para contenção do coronavírus, a crise se tornou uma verdadeira calamidade”.

PRESIDENCIÁVEIS

Para as entidades, os candidatos à presidente precisam colocar em pauta o fim da flexibilizações de direitos e a revogação da reforma trabalhista. Para especialistas, a Espanha, que foi modelo para criação da nova legislação em 2017, precisa também ser exemplo para a derrubada da atual política. Na última terça (4), o Parlamento espanhol revogou efeitos nocivos das novas trabalhistas aprovadas em 2012.

Para a diretora ajunta do Diesse Patrícia Pelatieri, a revogação da reforma trabalhista da Espanha é uma “boa notícia para os trabalhadores brasileiros”. Ela explica que o projeto aprovado no Brasil apenas rebaixou salários. “Somos um país de baixa renda e péssima distribuição. Se você empobrece a população, também empobrece a economia. Então, o empresariado que defendeu a reforma foi muito burro, ainda mais aqueles que defendem o aprofundamento dessa flexibilização”, afirmou, em entrevista a RBA.

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