POR MELHORES SALÁRIOS, 68% DOS TRABALHADORES QUEREM MUDAR DE EMPREGO

Por Cláudio Mota

Os baixos salários pagos no Brasil são a principal razão para a maioria dos trabalhadores que está pensando em mudar de emprego este ano. Esse é o principal destaque de uma pesquisa feita pela empresa de recrutamento Robert Half.

Cerca de 49% dos trabalhadores com mais de 25 anos de idade pretendem mudar de emprego ou de área – mudança de carreira, em novo segmento ou profissão – este ano. A principal motivação para a mudança desejada por 37% dos que querem mudar de empresa e 31% dos que planejam trocar de área, é a busca por melhores salários. Isso por conta da baixa remuneração e da inflação, que acabam com o poder de compra,

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), do IBGE, no trimestre encerrado em outubro de 2021, quando a taxa de desemprego recuou para 12,1%, a renda média do trabalho voltou a cair e atingiu o menor nível em quase dez anos no país: R$ 2.449 por mês.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial, fechou 2021 em 10,42%. Segundo o IBGE, é a maior taxa para um ano desde 2015, que foi de 10,71%. Em 2020, o índice havia ficado em 4,23%.

OUTRAS RAZÕES

Na pesquisa, as pessoas mostram o desejo de inovar ou aprender algo novo (19%), a busca por realização pessoal (17%) e a expectativa de uma melhor qualidade de vida (12%). A maioria está pessimista com relação ao futuro do mercado de trabalho. A perspectiva futura, para daqui a seis meses, caiu para 46,9 pontos.

PEDIDO DE DEMISSÃO

Ao analisar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a pesquisa constatou que 51% das demissões ocorridas no terceiro trimestre foram a pedido do trabalhador. Uma das razões pode ser “a insatisfação com o trabalho atual, dado que a pandemia trouxe maior pressão psicológica em relação à relação vida e trabalho”, diz o documento.

O Índice de Confiança Robert Half entrevistou, em novembro, 1.161 profissionais, entre recrutadores e trabalhadores empregados e desempregados.

Com informações da CUT

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