O Sindicato dos Comerciários de Itabuna e Região publicou, nesta segunda-feira (22), em suas redes sociais uma Nota de Repúdio pela a violência contra o povo Pataxó Hã-Hã-Hãe e pelo assassinato da pajé Maria de Fátima Muniz Pataxó, ocorrida neste domingo (21). Na Nota, assinada pela presidenta do Sindicato, Amanda Santos, a entidade exigwe que “as instituições do Estado trabalhem incansavelmente para identificar e punir rigorosamente todos os responsáveis por esse crime bárbaro. A impunidade não pode prevalecer diante de tamanha tragédia”.
Leia abaixo a íntegra da Nota:
NOTA DE REPÚDIO PELA A VIOLÊNCIA CONTRA O POVO PATAXÓ HÃ-HÃ-HÃE E O ASSASSINATO DA PAJÉ MARIA DE FÁTIMA MUNIZ PATAXÓ
O Sindicato dos Comerciários de Itabuna e Região vem a público manifestar veemente repúdio aos ataques de violência perpetrados contra o povo Pataxó Hã-hã-hãe do Território Indígena Caramuru Catarina Paraguassu, ocorridos na tarde deste domingo, 21 de janeiro, que resultaram na trágica perda da líder Maria de Fátima Muniz Pataxó.
É com profundo pesar que testemunhamos mais um episódio de violência contra os povos indígenas, que são alvo de constantes ameaças e agressões por parte de fazendeiros. A barbárie que culminou na morte da liderança Maria de Fátima Muniz Pataxó é um triste reflexo da falta de uma efetiva política de Estado que assegure a demarcação das Terras Indígenas. Durante o ataque, mais dois indígenas foram baleados, um deles é o cacique Nailton Pataxó, uma das mais antigas e importantes lideranças do movimento indígena na Bahia, irmão de Maria Muniz. Houve ainda o espancamento de duas pessoas, com uma mulher tendo o braço fraturado e outros feridos.
Ressaltamos a urgência de intensificar a atuação das autoridades do Estado na pauta da demarcação das Terras Indígenas, pois a ausência de medidas concretas contribui para o clima de violência que ceifa vidas e compromete a segurança e o bem-estar dos indígenas. Há uma longa jornada a ser percorrida para garantir efetivamente os direitos desses povos.
É inadmissível que episódios de violência como esse persistam. Exigimos que as instituições do Estado trabalhem incansavelmente para identificar e punir rigorosamente todos os responsáveis por esse crime bárbaro. A impunidade não pode prevalecer diante de tamanha tragédia.
Expressamos nossa solidariedade aos familiares das lideranças indígenas e reafirmamos nosso compromisso em acompanhar de perto o desenrolar desse caso, cobrando incessantemente providências das autoridades responsáveis.
O Sindicato dos Comerciários de Itabuna e Região reitera seu comprometimento com a defesa dos direitos humanos, o respeito à diversidade e a luta pela justiça social.
Itabuna, 22 de janeiro de 2024
Amanda Santos – Presidenta do Sindicato dos Comerciários de Itabuna e Região
